A obesidade é uma doença crônica metabólica que teve sua prevalência aumentada nos últimos anos, justificada por diversos fatores que envolvem o estilo de vida – como má alimentação e sedentarismo. Estima-se que cerca de 40% da população mundial já apresenta excesso de peso, e este dado alarmante faz com muitos pesquisadores tenham maior interesse por estratégias nutricionais que possam minimizar as causas e consequências desta doença1,2.
Os ácidos graxos ômega 3 podem contribuir com a redução do risco das morbidades associadas à obesidade, pelo efeito anti-inflamatório que reduz atividade de vias adipogênicas1,2. Ainda, análise em nível celular de pré-adipócitos identificou que a administração de ômega 3 aumentou termogênese de células marrons, por modulação de microRNAs associados a este processo, favorecendo a redução do risco de obesidade3.
De forma clínica, este benefício foi verificado em um estudo randomizado, realizado com 177 indivíduos obesos, que após a administração de suplementação com ômega 3 por 12 semanas, tiveram redução significativa da área de gordura visceral, em comparação ao grupo que recebeu o placebo4.
Para complementar, um estudo realizado com 15 indivíduos sobrepesos ressalta que a intervenção com ômega 3 é mais eficiente para a perda de peso quando associada a um programa de atividade física e bons hábitos alimentares5. Desta forma, o consumo de fontes de ômega 3 pode ser uma interessante estratégia para redução do risco de obesidade, em associação a um contexto saudável.
Além das fontes convencionais – como peixes e frutos do mar -, o ômega 3 também está presente em alimentos de origem vegetal como a beldroega – planta alimentícia não convencional encontrada em diversas regiões do Brasil, que facilmente pode fazer parte de refeições como uma hortaliça, contribuindo com a nossa saúde.
Referências Bibliográficas:
1-PAHLAVANI, M.; RAMALHO, T.; KOBOZIEV, I. et al. Adipose tissue inflammation in insulin resistance: review of mechanisms mediating anti-inflammatory effects of omega-3 polyunsaturates fatty acids. J Investig Med; 65(7):1021-1027,2017.
2-ROMBALDOVA, M.; JANOVSKA, P.; KOPECKY, J. et al. Omega-3 fatty acids promote fatty acid utilization and production of pro-resolving lipid mediators in alternatively activated adipose tissue macrophages. Biochem Biophys Res Commun; 490(3):1080-1085,2017.
3-KIM, J.; OKLA, M.; ERICKSON, A. et al. Eicosapentaenoic acid potentiates brown thermogenesis through FFAR4-dependent Up-regulation of miR-30b and miR-378. J Biol Chem; 291(39):20551-62,2016.
4-SAITO, S.; FUKUHARA, I.; OSAKI, N. et al. Consumption of alpha-linolenic acid-enriched diacylglycerol reduces visceral fat area in overweight and obese subjects: a randomized, double-blind controlled, parallel-group designed trial. J Oleo Sci; 65(7):603-11,2016.
5-HAGHRAVAN, S.; KESHAVARZ, S.A.; MAZAHERI, R. et al. Effect of omega-3 PUFAs supplementation with lifestyle modification on anthropometric indices and Vo2 max in overweight women.Arch Iran Med; 19(5):342-7,2016.
6-PETROPOULOS, S.A.; KARKANIS, A.; FERNANDES, A. et al. Chemical composition and Yield of six genotypes of common purslane (Portulaca oleracea L.): An alternative source of ômega-3 fatty acids. Plants Foods Hum Nutr; 70(4):420-6,2015.